segunda-feira, julho 31, 2006














Preâmbulo - Os Cunhas séniores vieram carregados de Portugal com uma mochila adicional, daquelas enormes, de 70 litros, com três sacos camas e 3 colchões. Essa mochila foi inclusivamente rotulada como extra-size... Este carregamento serviria para o fim de semana no Yosemite, um dos grandes parques naturais da Califórnia.

Ponto 1. Um parque de campismo nestes lados é... um parque de campismo à americana. As tendas estão já montadas, de lona e madeira, com soalho de madeira, camas e colchões normais e lençois, cobertores e toalhas de banho incluidas!!!!!!!!

Ponto 2. O Yosemite é ...o Yosemite. E as fotografias não lhe fazem jus. Estamos num vale com paredes rochosas superiores a 1500 metros, com rios perfeitos, cascatas de 500 metros. E nem o facto de estar pejado de gente, bicicletas, motas, carros, carrinhas, SUVs, caravanas, barcos E americanos lhe consegue tirar o brilho...

Ponto 3. O grupo de 14 pessoas, todos europeus é espectacular. Já o sabia desde o Kauai, mas os Cunhas séniores ficaram encantados.

Ponto 4. Viajar com um grupo de 14 implica que se consegue perder tempo de uma forma incrível. Eu decidi chamar-lhe o período de quarentena. Entre qualquer decisão, qualquer passo, qualquer movimentação, eram precisos quarenta minutos de intervalo. Para alguém discordar, disparatar, gozar, brincar, ir á casa de banho, tomar um café, suspirar por um gelado, fazer as sandes, partillhar comida, tirar mil e uma fotografias, em milhares de posições e poses mais ou menos inverosímeis, consultar o mapa, perder no trilho, discutir o trilho, voltar atrás, seguir em frente, descansar, beber água, voltar a tirar fotografias. E claro ao fim de quarenta minutos, está outra bexiga a rebentar, outra barriga com fome, alguém pronto para fazer uma partida...

Conclusão. Foi muito bom. Os meus pais adoraram. E perceberam a sorte que tive por estar do outro lado do mundo, em sítios belíssimos, com um grupo de gente impecável, na maioria dos casos muito interessante, que funciona bem em conjunto.

Posfácio - Agora toca a trabalhar. Num artigo. Num poster. Numa base de dados. Num outro artigo. Socorro! Preciso de estudar!!!

sexta-feira, julho 28, 2006

Ponto 1. Os Cunhas séniores estão perfeitamente autónomos. Fartam-se de passear e conhecem já zonas que nem passei por perto! O que prova que não vim aqui para passear ;-))...

Ponto 2. Concerto de Micah P Hinson foi uma ligeira desilusão. O miúdo estava claramente pouco à vontade, sempre a beber da garrafa de cerveja e olhar para o relógio. O reportório foi essencialmente de um novo álbum que não foi sequer lançado, e aparentemente num registo mais country. Ele tocava uma guitarra eléctrica e um companheiro que ele insultava repetidamente banjo e outros instrumentos de cordas. Ainda conversei um pouco com os dois, mas o primeiro despachou-me literalmente para o outro, já que falava português! Tinha vivido na Baía por meio ano para aprender o ritmo brasileiro (será que se aprende?) e o português veio por arrasto...

Ponto 3. A segunda parte do concerto já foi muito boa. Pedro the Lion. Cantou. Contou piadas. Histórias pessoais. Incentivou o público a fazer perguntas.

Ponto 4. A maioria dos concertos por estes lados é num registo diferente daqueles que estamos habituados. São habitualmente em salas de reduzidas dimensões, em pubs ou bares, geralmente com várias bandas e sempre de reduzida dimensão. As pessoas entram ou saiem, sempre de pé, com a sua cerveja na mão e o carimbo na mão para comprovar que se é maior de idade. As portas estão geralmente abertas para permitir que os fumadores venham à rua, pelo que a pulseirinha é também necessária.

quinta-feira, julho 27, 2006

Prémio Obrigado pelo Convite

Para bom entendedor, ou talvez não...

Prémio Ele há Quem Invente Cada Uma

He traveled to Cuba a few weeks before the Bay of Pigs skirmish...

quarta-feira, julho 26, 2006

Esclareça-se que o bacalhau estava excelente. Independentemente das natas. E bem acompanhado por vinho do Douro e Dão. Deu para horas de conversa com os amigos brasileiros que ficaram impressionados... E terminou bebendo chimarrão de Rio Grande do Sul, uma bebida característica da América do Sul (os Argentinos adoram...), onde um chá algo amargo é partilhado entre as várias pessoas, sendo bebido a partir de algo parcecido com uma cabça...

Para os aficionados... Existe uma nova versão de Chelsea Hotel n.2. Aliás existe um novo álbum de Leonard Cohen. Ou melhor, dos êxitos deles. Cantados por outros, como Rufus ou Martha Wainright, Antony, Beth Orton, Nick Cave, U2 e mais alguns. Trata-se de uma banda sonora de um filme/comentário sobre o canadiano.
Foi lançado ontem no iTunes. Adivinhem quem comprou? 

Falava ontem com uma amiga que dizia que não ouvia Leonard Cohen. Apesar de achar belíssimo, fazia-a ficar triste... Eu tenho a sorte de ficar só com a primeira parte! E passo a citar o dr. JG, a quem faço uma homenagem pela descrição acertadíssima (embora com um certo grau de exposição ;-)...) 


O engraçado de tudo isto é que a música parece depressiva para os outros, e para mim apenas me enche a alma de uma alegria (quase) impossível de partilhar...

terça-feira, julho 25, 2006

Alugámos um carro no passado fim de semana. Reservámo-lo sábado para as 9 horas de domingo. Domingo, depois de 2 horas em pé, em fila, furioso, com outras pessoas à espera, lá deram o carro. O vizinho do lado, um texano funcionário do Governo Federal, meteu conversa. E desgostoso afiançou que os rent-a-cars americanos são todos assim. O facto de não haver carros nem funcionários para lidar com as reservas prévias era a regra, e não a excepção...

Hoje vai ser dia de Bacalhau com Natas. E Vinho português... Celebremos

Do Blog Amor e Ócio

Ai que prazer, ter um blogue onde escrever e não o fazer...

Metro, hora de almoço. Um homem entre os 20-30 anos. Trejeitos efeminados. Chapéu Louis Vitton. Óculos de sol chiquérrimos. Blazer aprumadíssimo. Com uma medalha na lapela. Calça de balão, com padrão de xadrez. Bota até ao joelho, com presilhas várias, de cavaleiro. Malinha a condizer, também ela com brazão... Relógio Piaget ou qualquer outro na ordem dos milhares de contos. Anel com uma pedra preciosa vermelha enorme. Atende o telemóvel. Fala um inglês irrepreensível. A última chamada denuncia-o. É brasileiro*. O que faria um personagem daqueles, preparado para ir montar a cavalo, destilando dinheiro e tiques de nobreza, numa simples carruagem de metro? Se calhar ainda descende do D. Sebastião... Até porque de nevoeiro, São Francisco dá cartas...

* Ainda bem que não estava com qualquer outro lusófono à minha volta. De certeza que teríamos escarnecido do jovem...


Assim, é difícil ser magro

segunda-feira, julho 24, 2006









Fim de tarde de sexta-feira e fim de semana a servir de cicerone e turista, claro. Depois de avisados repetidamente da instabilidade metereológica e do frio de Frisco, os Cunhas são recebidos com temperaturas a rondar os 40º, sob as quais, foram obrigados a subir ruas com desníveis superiores a 25º, acompanhados apenas de uma garrafita de água e de uma saca de cerejas. O pai Aurélio suspirava apenas por um jantar de marisco que tinha invejado no dia anterior e a mãe Manuela, suspirava inevitavelmente pela neta Maria... Mas não tiveram grande sorte com o capataz que os obrigou a calcorrear vários km, observar os pontos mais panorâmicos, desprezar o circo americano em que Fishermans Wharf se transforma diariamente, observar de fora as figuras algo patetas que de alguns turistas apeados nos funiculares, subir uma Broadway Street em que as escadas tornam-se apetecíveis face ao declive completamenteestúpido. Vá lá que num assomo de bondade (ou seria crueldade?) lhe permitiu a indulgência de um excelente gelado a fazer as vezes de almoço e, apenas ao fim da tarde, depois de dizer "só mais um bocadinho, é já ali, estão a ver, é depois do campanário daquela igreja" lá os deixou dormitar, entre as futeboladas, piqueniques, namoros, passeios com os filhos, leituras absortas, corridas com os cães do autóctones de São Frisco, no jardim de Washington Square.

Isto no dia depois de terem jantado entre a fauna do Castro, onde tiveram que olhar assustados (ou seria apenas admirados) para a agitação em redor...

Domingo sempre foi mais calmo, já que depois de terem esperado 2 horas pela mais incompetente agência de aluguer de automóveis da Califórnia, passaram o dia no calor infernal dos vales de Napa e Sonoma, em provas de vinhos e convívio com, vá lá, os casais mais simpáticos de brasileiros da UCSF.

Quinta e sexta feira os transportes públicos foram de graça. Borla. Livres. Uma medida para incentivar o uso dos transportes colectivos. Tive para lhes sugerir que fizessem antes um dia nacional ou mesmo europeu, com polémica à mistura, que fizessem de conta que fechavam as ruas ao transporte individual, aproveitassem para dar o flanco a eventual greve de uma associação qualquer de motoristas, e pusessem um ou outro político mais ou menos pindérico a fingir calcorrear as ruas ou pedalar uma bicicleta, rodeado de jornalistas, a rejubilar pelo dia Europeu sem Carros...  

sexta-feira, julho 21, 2006

O blog tem vindo progressivamente a perder fulgor. Se é que alguma vez o teve. Falta de tempo. De inspiração. De vontade. De arte. De imaginação. Whatever...
A presença dos Cunhas séniores  aqui na aldeia torna esse facto ainda mais evidente. Tenho que lhes dar atenção. Mostrar os cantos à casa.

Mas também tive um ou outro reparo de amigos, sugerindo que  estar-me-ia a expôr demais. Nunca pretendi que este blog fosse confessional... 

Contudo, torna-se difícil, senão impossível, falar no que quer que seja, escrevendo diariamente (ou quase) para uma audiência alvo exclusiva de amigos, sem deixar transparecer ideias, opiniões, estados de espírito ou humor. 

O facto de conhecer agora mais gente, ter feito amigos, torna mais difícil o relato do quotidiano. Torna tudo necessariamente mais pessoal. O tempo que dedicava a observar a cidade, os locais, a descrever as situações mais ou menos bizarras ou  caricatas, a comparar com os brandos costumes portugueses, foi transferido parcialmente para estar com pessoas, amigos, conhecê-los, tentar perceber muitas vezes pontos de intersecção, de contacto, linhas de fuga, projectos, gostos, aspirações, receios, dificuldades de gente que veio parar a uma cidade do outro lado do mundo, com percurso pessoal muito diverso, muitas vezes acidentado, e com um futuro mais do que incerto, com dúvidas que passam, também, pelo próprio plano profissional. 

Grande deste enriquecimento pessoal não é passível de ser partilhado ou relatado, também pelo facto de ser comum a outras pessoas. Com a minha exposição posso eu bem. Julgo. Agora com a dos outros... 

Prémio O Aquecimento Global é Uma Realidade

quinta-feira, julho 20, 2006

Prémio E se o Blog Virasse Leilão?

Chegou-me hoje a nova edição do Helms. Foi o meu primeiro tratado de Radiologia e penso que será aquele que me ajudará a limar arestas nos dias de stress pré-exame. Por erro, vai chegar um outro, este último dividido em quatro volumes (mais portátil para poder andar na bicicleta!).
Assim, a Internagem passa a ter a possibilidade de ter um livro por 150 dólares que certamente irá custar mais de 250 euros... A data de publicação é 2007. A edição anterior é de 1999. Discutam, decidam. A chefe dos internos que escolha quem merece a prenda. Ou, em última análise, e dadas as dimensões do livro, poderia ficar na nossa sala dos internos. Cada um pagaria um pouco e ficava um livro comunitário. Aí, já os especialistas podem entrar no "bolo".

quarta-feira, julho 19, 2006

Prémio Toca a Continuar a Bater no Ceguinho

http://www.youtube.com/watch?v=kfNAAAdLyH4

Trata-se de um link para um vídeo fantástico. Poderia colocá-lo no próprio blog mas...afinal de contas prometi-vos descanso...

Prémio Três Vezes Obrigado

Micah P. Hinson
Micah P. Hinson
Micah P. Hinson

Agarrou-se à pele. Entranhou-se. Agora só há que desfrutar e agradecer. Como é que baladas tão tristes, tão simples, tão pungentes podem escritas por alguém de 23 anos? E como podem dar tanto? A música The Nothing tem 2:28m. É extremamente simples. Resume-se quase só a um piano e uma voz. Está a tocar repetidamente... Há quase uma hora!

Não se julgue que a melancolia da música tem algum paralelismo com estado de espírito. NÃO. Gosto porque gosto. Aliás gosto muito. Não sei porquê. Entre o  fado e o samba, preferirei sempre o primeiro. Podia dar-me para pior...

terça-feira, julho 18, 2006

Os Cunhas séniores preparam-se para descolar. Durante quase três semanas vão aterrar numa cidade de clima esquizofrénico, pululada de gente muitas vezes estranha, com uma oferta cultural extraordinária, com mais subidas e descidas por km quadrado que qualquer outra cidade que conheceram, com imensos cafés para descansar das passeatas e observar os autóctones (será que há mesmo locais ou em Frisco somos todos locais?). Vão poder espantar-se com as vistas da baía e da Golden Gate, andar de eléctrico, passear de bicicleta pelos parques, visitar o Moma, ver a exposição do Monet, ouvir falar inglês com todo o tipo de sotaques, quase inglês, francês, italiano, castelhano, mandarim, cantonês, russo, serbo-croata ou japonês, dormir em sacos cama num fim de semana de caminhadas no Yosemite, comprar roupas baratas para a Maria e, regra geral, deambular de uma forma completamente tranquila numa cidade que em termos de segurança não oferece qualquer risco.
Sejam benvindos... Cá os esperamos. Os brasileiros do grupo já suspiram pelo prometido bacalhau... Os portugueses pelo vinho lusitano.


Ouvir a Íntima Fracção todas as semanas de forma quase religiosa tem-me permitido descobrir verdadeiras pérolas... Tornou-se contudo um "vício" caro... São na sua maioria ilustres desconhecidos, pelo que a pirataria é quase impossível. Toca a comprar no iTunes... Já foram alguns álbuns. Não chego ainda às toneladas de cds do Pedro Ferreira, nem corro riscos de ver o "material" apreendido na Alfãndega.

O último foi Micah P. Hinson (como dizia o Alexandre, cuidado na leitura do nome em português) com o álbum And the Gospel of Progress. Lindíssimo. Naquele jeito urbano depressivo (*)... Com as vantagens de se estar numa cidade com a oferta cultural como esta, já que o jovem vem cá tocar dentro de uma semana! Num bar qualquer que eu desconhecia, juntamente com Pedro the Lion... Por 10 dólares.


PS. Descrição do album pela Amazon, a confirmar os créditos (*):At the age of 19, Micah met the widow of a notable rock star who was initially his muse, then his downfall. After forging prescriptions, he was sent to county jail, then found himself homeless and penniless. During this "lost" period, he penned these songs. His twisted, dark tales of love and loss are matched only by a cracked vocal and songwriting that belies his mere 22 years. Received glowing critical acclaim in the UK press where the record was released in 2004 on Sketchbook Records. For fans of Silver Jews, Bright Eyes, Mark Lanegan, and other gifted literate singer-songwriters. He walks the fine line of heart on your sleeve lyrics and raw emotion, but does so in a way that never goes too far without you feeling he really means it. Repeated listens will render you helpless over its charm

Jantar em restaurante etíope. Sem talheres. São colocados dois pratos. Um com a comida propriamente dita e um outro com uma massa um pouco mais fina que a dos crepes. Esta última serve para embrulhar (com a ajuda apenas das mãozitas) a carne e o molho, bastante picante, por sinal. Nunca percebi por que nos países mais quentes e, muitas vezes, com dificuldade de acesso à água, se insista tanto nas especiarias e no picante. É assim na Índia, México e por aí adiante...

Não gostei muito da comida. No duelo africano, ficou a ganhar o Senegal. E no restaurante propriamente dito, parecia haver um concurso para quem gritava mais à mesa. Era pior que um pub ou um jantar que a estudantada fazia por alturas das queimas das fitas...

Apesar de tudo, o jantar foi bastante agradável!

segunda-feira, julho 17, 2006

Ao sétimo dia, tive que descansar... Tive de abdicar de um dia de praia, para estudar fracturas e patologia osteoarticular dos membros inferiores. Imaginem que programa tão interessante... Vá lá que me permitiu saltitar entre cafés, dormitar ao sol num dos muitos parques da cidade e aprender alguma coisita...

Sábado foi um jantar de aniversário num restaurante Senegalês. Gostei. 

Seguiu-se depois uma festa perto de casa. Apartment warming party como lhe chamam... Para comemorar a mudança para uma casa nova. Neste caso, foi um italiano que passou a co-habitar com a namorada. Uma investigadora post-doc que decidiu pôr a investigação em "banho maria" para fazer uma outra coisa que está adorar... Serve de interface entre a investigação, a indústria farmacêutica e o pessoal médico. Com mais ou menos eufemismos, chamar-lhe-ia delegada de propaganda médica...

Foi daquelas festas que quase ninguém conhece ninguém, nem tem grande vontade de conhecer!!! Em que os americanos ligam o gravador automático, de onde vem, o que faz, desde quando, até quando, intercalando as respostas com um uaaauuuu que é completamente independente de qualquer das respostas. Alguns amigos já me tinham dito que desde que cá chegaram, e perante estas conversas de duração máxima previsível de 10 minutos no fim dos quais termina a entrevista e ficam a falar sozinhos, desenvolveram forma de serem eles a deixar os outros pregados ao solo. Assim, há que dizer primeiro que se vai buscar uma bebida, cumprimentar um amigo ou simplesmente fumar um cigarro ou à casa de banho!

domingo, julho 16, 2006


Vista panorâmica do Dolores Park para a Downtown, com base em 5 fotografias sobrepostas.

sábado, julho 15, 2006


Inauguração de exposição de arte contemporânea no Yerba Buena. Estava completamente lotado. Todos os postes, locais de estacionamento, parquímetros estavam já ocupados por uma, duas ou mais bicicletas. Até que arranjei um lugarzito para prender a minha. Quando estava a acabar de fechar o cadeado, pergunta outro ciclista a quem só faltava dar o pisca, Está a estacionar ou está de saída!!!

A performance de levitação colectiva foi oo highlight da noite, pela barracada e sensação de fiasco.

Pensando melhor, o ponto alto da noite é a "performance" individual de muito do público, que parece que foi ao baú de recordações dos avós e dos pais, misturando peças de roupa por vezes indescritíveis, de uma forma também ela indescritível, com um travo ora psicadélico, kitsch, négligée, grunge, punk ou mesmo tipo mendigo.

sexta-feira, julho 14, 2006



Para se ter uma pequena noção do que é o nevoeiro e como é geográfico...
Na primeira fotografia, não se vê um qualquer metro de São Francisco, que está ali mesmo, submersa, do outro lado da baía. Nem a ilha de Alcatraz se escapa!
Na segunda temos a vista de um terraço na Mission. Temperatura amena de Verão. Regressei a casa de bicicleta, para perder-me no fog...

Prémio Mesmo Um Mau Fotógrafo...








Em São Francisco o computador é muito mais importante que o telemóvel. Para combinar muitas vezes os jantares, um copo, um churrasco, um cinema, um aniversário, um concerto, ou qualquer outro programa, o mail é indespensável. Pensem então num grupo de 13 ou 14 pessoas a tentar combinar qualquer coisa, desde o ponto de encontro ao horário e torna-se quase absurdo. Já cheguei aos 45 mails num dia, o que não será muito dado que não conheço muita gente. Agora imaginem a proporção nalguém socialite como a Joana, o Zé Miguel ou o NPL...

PS.1
Já tenho bicicleta nova...
PS.2
Sim, também não conheço ninguém que diga mal da Joana...

quinta-feira, julho 13, 2006



Três cafés por dia, no mínimo. Numa média de 2-3 dólares, cada. É fazer as contas. Tenho que pedir um subsídio à Sical, Delta Cafés ou ao Sr Jacinto!



Prémio O Melhor Sushi Vai Para...

Sushi zone. Na esquina da Market com a Guerrero. Uma tasca, onde se espera uma hora (à medida do papá Cunha!) para sentar e uma outra pelas diferentes doses de sushi ou sashimi, servidas ao balcão, pelo chef, ele próprio. Excelente. Estão convidados. É impossível um grupo superior a 4 pessoas pois torna a espera por vaga algo absolutamente indesejávell...

quarta-feira, julho 12, 2006

Premio 3 Times


Fui ontem pela primeira vez ao cinema. Uma sala bastante decrepita, com recolha de fundos antes de comecar a sessao, para ajudar 'a reconstrucao e onde o publico em geral era, como nao poderia deixar de ser, bastante sui generis. Assim, encontrei daqueles personagens gordos, barrigudos, de barba 'a Pai Natal que admito possiveis de encontrar naquelas sessoes da tarde do Sa da Bandeira. Outros dormiam refastelados com a sua sandalita em cima da cadeira da frente. Ouvi uma garrafa de cerveja a cair e a rolar pelo chao do cinema, que se encontrava sujo de restos de pipocas. O som era pessimo.

Mas o filme era muito bonito. Sobretudo em termos de fotografia. Three times...

PS. Texto escrito sem acesso aos caracteres portugueses

Revista de Blogs

Rui Baptista em Amor e Ócio

Zidane deu uma cabeçada num adversário e eu pergunto: e daí? Para mim, o italiano estava a pedi-las. Bem vi pela televisão o tatuado grunho italiano a dizer qualquer coisa que fez Zidane perder a cabeça. Li num jornal italiano qualquer que Materazzi terá insultado a irmã do francês. Insultou, levou. Quantos problemas não seriam resolvidos com uma bela cabeçada aplicada na hora certa?
Agora a sério: nada me irrita mais do que as virgens ofendidas que clamam que o francês se portou como um animal, que não soube honrar o futebol, que não teve fair play e o diabo a quatro. E o italiano? Teve fair play quando desatou a insultar a irmã do francês? E a FIFA? Honrou o futebol quando nomeou como quarto árbitro o mesmo senhor que concedeu a Grosso o penalti inventado com que os italianos eliminaram a Austrália?
Há ofensas verbais que doem mais do que murros. Há insultos que abatem mais do que cabeçadas. Há momentos em que um homem (ou uma mulher) sente o impulso primordial de colocar as coisas nos devidos sítios, mesmo que mais tarde venha a arrepender-se. Foi à cabeçada que Zidane derrotou o Brasil na final de 98. Foi à cabeçada que Zidane limpou a honra. Agiu mal? Certamente. Merece ser crucificado por gente que provavelmente faria o mesmo ou pior se a ocasião se proporcionasse? De certeza que não. Prefiro mil vezes um Zidane à marrada do que centenas de dissimulados puritanos.
Não foi por causa de Zidane que a França perdeu o Mundial. Não foi ele quem chutou à barra na marcação dos penaltis. Não foi ele quem levou a Itália ao colo até à final.
O futebol, este futebol dos dias de hoje sem sal nem pimenta, deve muito a Zidane. Como português que foi por duas vezes vítima de Zidane devo reconhecer que ele foi o mais genial jogador a pisar um relvado desde Maradona. Ele é o mais genial jogador de bola da actualidade, seguido de perto por Figo, outro que acabou por dar uma cabeçada no vilão holandês. Homens de garra, de génio, de honra, homens orgulhosos, excelentes profissionais, que não viram a cara à luta nem aos insultos, homens inteligentes que têm o direito de, de vez em quando, perder a cabeça. Prefiro mil vezes um Figo ou um Zidane às marradas do que um Ronaldinho de bandolete (é assim que se escreve?) e pulseirinha a vender botas foleiras da Nike.
Grande Zidane! Quem ama o belo jogo vai ter saudades tuas.

terça-feira, julho 11, 2006

Prémio Um Post Armado em Tacky.

A meteorologia de São Francisco é quite schizoid. Nunca vi cidade com tantas variações de clima no tempo mas sobretudo no espaço. Assim, se na zona do hospital e onde vivo está frequentemente fog e um vento invernal, pelos lados da Mission a 2km de distância, o sol é bem catita e pode-se stroll around de t-shirt e calções. Por isso, passou a ser a zona de passeio e distracção. Tenho andado pelos lados do café Ritual, cheio de gente fashion, com uma ambiente hype, vibrant and cool, onde as tatuagens estão claramente na moda, não há empregado sem o seu piercing, onde se pode entrar com a bike pela mão e o cachorros dormem num dos cantos.  
Em média cada mesa tem o seu computador portátil, com a presença esmagadora da Apple com os seus ibooks, powerbooks, powermacs e Ipods.  
Costumo esparramar-me por um dos sofás, com um livrito pelos joelhos, embalando ao som de excelente alternative music e rezando para não começar drooling. Noutro dia fui acordado por umas senhoras que pretendiam passar para o sofá ao lado. Pediram desculpa mas ficaram encantadas com a resposta Zé Miguel-like... Don’t be sorry. That’s a fantastic way to be awaken.

Nos
corredores da UCSF, espalhados por algumas esquinas, encontram-se posters de 2
personagens, que o politicamente correcto me impede de discriminar a raça, como
procurando-se. Só falta o Dead or Alive! No hospital!!!

segunda-feira, julho 10, 2006

Torna-se difícil ter tempo para escrever. O final da semana passada serviu para digerir os despojos de uma grande semana de férias no Hawaii. Serviu para curar o jet-lag, suspirar pelas fotografias e, claro, montar o vídeo da praxe. Ao qual introduzi já algumas alterações. Depois, foram jantares, dias de "bola", acompanhados de boa companhia e bons churrascos. Serviu para voltar a ver Portugal como campeão das vitórias morais, voltando tudo à normalidade, servindo para confirmar as qualidades do Ricardo e do Pauleta e de como Nuno Gomes não precisa de Santa Caravaggio para marcar golos... Serviu para admirar o perfume de Zizou, e claro, a sua marrada. Mas a injustiça do resultou ajudar a castigar o seleccionador dos mergulhos...

Numa cidade como São Francisco, existe um sem número de pessoas interessantes que veio cá parar mais ou menos de pára-quedas, ora a fazer doutoramentos, pós doutoramentos, fellowships, residências ou a trabalhar em empresas de ponta como a Apple ou a Pixar. E torna-se extremamente apelativo tentar comunicar e aprender com esta gente toda. Muito diferente entre si. Com passados completamente diferentes, mas muitas vezes com mais pontos de intersecção de perspectivas ou interesses que aqueles que encontro quando estou no Porto. De facto, um dos principais problemas em Portugal, e nisso tenho que fazer um grande mea culpa, é a dificuldade de conhecer e conviver com gente não médica. É hospital, hospital e depois hospital ou privada, e depois casa, ou casa e algumas saídas com os amigos, que apesar de serem sempre os melhores do mundo, são igualmente, sempre os mesmos. Só assim é que me aturam... E acabamos todos por ser muito parecidos, muito iguais.

Assim temos centenas ou milhares de pessoas, longe de casa, com a mesma necessidade de convívio, construir amizades, fazendo maior ou menor tábua rasa dos seu passado, tentando construir uma teia mais ou menos sólida de relações interpessoais. Pessoas que se por um lado, estão muitas já calejadas a viver como saltimbancos e habituadas a conviver sozinhas, para si mesmas, por outro também têm alguma necessidade de rapidamente conhecer e deixar-se conhecer, tornando muitas vezes algumas etapas mais simples ou mais rápidas.

Sábado à tarde, depois da ressaca do jogo e de um almoço de um excelente crepe francês, passei parte da tarde a conversar com um belga microbiologista, com 2m de altura, que viveu em Michigan durante uns anos como estudante de doutoramento e agora faz o seu pos-doc em Berkeley. E ele falava sobretudo das facilidades e dificuldades de criar novos amigos e também da dificuldade e do esforço que ele fazia para continuar a cultivar as amizades que mantém na Bélgica. De como apesar de se manter amigo de muitos deles, teme que estes anos sem passado comum possam interferir com o futuro. E como tenta ir várias temporadas à Bélgica e convidá-los para virem aos States, para que possam manter experiências comuns... Dizia por isso que não sabia muito bem o que queria no futuro (alguém sabe?). Mas estava certo que ou voltaria à Bélgica ou manter-se-ia de forma definitiva em São Francisco. Não queria passar por uma nova experiência de chegar a um sítio novo, desconhecido. Mas sabia que se se mantivesse por estas bandas, correria sempre o risco de ser o eterno inadaptado. Iria sempre ser um estrangeiro nas Américas e um estrangeiro para os lados da Flandres.

sexta-feira, julho 07, 2006

Rafting Time - Uns fins de semana atrás...


Prémio Humor à Brasileira

Humor à brasileira no limite da boa ou má educação...


"LIBERTÉ, EGALITÉ E VANCIFUDÉ!"

Prémio Está na Altura de Acabarem os Vídeos

E com este vídeo pretendo terminar a overdose dos últimos posts. Mas é a única forma de mostrar centenas de fotografias!!!

Prémio Mas Quem Falou em Férias?



Foram 5 dias. De viagens de 5 horas avião. De diferença de três horas de fuso horário. De 12 pessoas numa casa. De caminhada de 8 milhas. De ficar a 10 minutos de ver umas cataratas. De caminhar sem relógio ou água suficiente e com meiita de seda. De bolhas nos pés. De picadas de mosquitos. De orgulho pelo joelho aguentar umas horitas de subidas e, sobretudo, descidas.De suspiro colectivo por água ou cerveja fresca (!), na parte final da caminhada. De deslumbramento por uma das costas mais bonitas que já vi. De espanto pela cor e temperatura da água. De desilusão com a qualidade do coral. De horas a nadar com máscara e barbatanas, acompanhando tartarugas. De sol tórrido e brisa quente. De uma casa alugada fantástica, completamente rendida e abraçada a uma vegetação exuberante, com 2 pequenos riachos em redor. De cheiro a terra, plantas e flores tropicais. De horas a andar de zodíaco, a uma velocidade louca, completamente encharcados e com necessidade absoluta de nos agarrarmos às cordas para não sermos atirados borda fora, vendo as caras de sofrimento ou susto de alguns e regozijo de outros. De quilómetros de costa de penhascos de uma dimensão arrebatadora, onde o verde, castanho, as cristas e vales se misturam.
De centenas de fotografias. De piadas, brincadeiras e bom humor. De compras de mercearia. De jantaradas em grupo. Com brindes e boa disposição. De distribuição de tarefas. De churrasco, saladas e frutos tropicais. De boa música.

Foram 5 dias a servir de DJ (quem diria?) e tentar ajudar a animar a malta. A dormir poucas horas. A acordar às 5 da manhã para ver a "bola". A confraternizar com franceses, alemães, italianos, portugueses e coreanos. Deu para tomar banhos de sol e escaldões. Tentar surfar e fazer bodyboard. Suspirar por um passeio de helicóptero que não chegou a concretizar-se. Passear pela praia, ver o pôr do sol e assistir à alvorada. Caminhar nos limites de um canyon lindíssimo.

Foram 5 dias intensos. Sem descanso propriamente dito. De contacto permanente com gente diversa e necessariamente diferente. Gostei muito de ter construído novos amigos. De férias à moda antiga. Ficando a saber que algumas das praias do paraíso são americanas.

Foram 5 dias sem dependência do computador ou internet. Sem ter que me preocupar com o blog, que me vinha a esgotar há uns tempos.

Férias? Mas quem falou em férias?