O blog tem vindo progressivamente a perder fulgor. Se é que alguma vez o teve. Falta de tempo. De inspiração. De vontade. De arte. De imaginação. Whatever...
A presença dos Cunhas séniores aqui na aldeia torna esse facto ainda mais evidente. Tenho que lhes dar atenção. Mostrar os cantos à casa.
Mas também tive um ou outro reparo de amigos, sugerindo que estar-me-ia a expôr demais. Nunca pretendi que este blog fosse confessional...
Contudo, torna-se difícil, senão impossível, falar no que quer que seja, escrevendo diariamente (ou quase) para uma audiência alvo exclusiva de amigos, sem deixar transparecer ideias, opiniões, estados de espírito ou humor.
O facto de conhecer agora mais gente, ter feito amigos, torna mais difícil o relato do quotidiano. Torna tudo necessariamente mais pessoal. O tempo que dedicava a observar a cidade, os locais, a descrever as situações mais ou menos bizarras ou caricatas, a comparar com os brandos costumes portugueses, foi transferido parcialmente para estar com pessoas, amigos, conhecê-los, tentar perceber muitas vezes pontos de intersecção, de contacto, linhas de fuga, projectos, gostos, aspirações, receios, dificuldades de gente que veio parar a uma cidade do outro lado do mundo, com percurso pessoal muito diverso, muitas vezes acidentado, e com um futuro mais do que incerto, com dúvidas que passam, também, pelo próprio plano profissional.
Grande deste enriquecimento pessoal não é passível de ser partilhado ou relatado, também pelo facto de ser comum a outras pessoas. Com a minha exposição posso eu bem. Julgo. Agora com a dos outros...
sexta-feira, julho 21, 2006
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
5 comentários:
NEOLOGISMO
Beijopouco,falo menos ainda.
Mas invento palavras.
Que traduzem aternura mais funda
E mais quotidiana.
Inventei,por exemplo,o verbo teadorar.
Intransitivo:
Teadoro,Teadora.
Manuel Bandeira ,1947
Há exposições mais quilhadas, como se diz na minha terra:
ao asbesto, ao chumbo, ao sol, ao ozono, aos ecologistas, às tias, aos moralistas, aos paternalistas, aos condescendentes, aos chefes, aos súbditos, aos puxa-sacos, aos bajuladores, aos coitadinhos, aos excessos de amor... e não continuo para não me expôr demasiado!
OS LAGARTOS AO SÒL
Expõe ao sol a perna esacalavrada
no jardim do Príncipe Real,
uma velha inglesa.Não há nada
tão bonito (pra mim),so natural
E conversamos :«Helioterapia
medicina barata em Portugal»
Accionista do sol ,ajudo á missa:
«But,não muito,que se não faz mal»
.......Alexandre O Neill
Mais alguém frequenta o "blog do Rui", para além do dedicado autor e das duas "carraças" de "Spam" (NMoura & jm Gonçalves) ?
Este O Neill, oferecido em dose minimalista, diz tudo sobre exposições, imposições e indisposições...
Obrigado velho companheiro dos Marretas!
QUADRILHA
João amava Teresa que amava Raimundo
que amava Maria que amava Joaquim que amavaLili que não amava ninguém.
João foi para os Estados Unidos,Teresa para o convento,
Raimundo morreu de desastre,Maria ficou para tia,
Joaquim suicidou-se e Lili casou com J.Pinto Fernandes
que não tinha entrado na história.
Carlos Drummond de Andrade.
Enviar um comentário