Tem sido um fim de semana de borlas. E espírito artístico. Começou ontem ao fim da tarde no MOMA. Prolongou-se por uma visita a Queens, onde um pintor brasileiro aproveitou um velho armazém, com vistas fabulosas de Manhattan, para transformar num centro aglutinador de uma miríade de jovens artistas, ao criar uma série de pequenos estúdios ou gabinetes. Pois hoje esses “120 artistas de 16 nacionalidades diferentes” abriram-se à cidade, escancararam as portas num “Open Studio”, compraram uns vinhos, queijo e tostas e convidaram-se a mostrar o trabalho respectivo aos pares e a quem quisesse. Serviu para ver todos os géneros de pintura, na sua maioria foleira ou muito fraca. Foi recompensador sobretudo por ver o trabalho fotográfico da Sophia e acompanhá-la no nervosismo cativante de quem se mostra pela primeira vez.
Quase de seguida, em passo apressado, sorveu-se um concerto das Cocorosie, num fim de tarde chuvoso, tristonho, pelas bandas do Financial Centre, mesmo ao lado do Ground Zero. As manas foram acompanhadas, a espaços, por adolescentes que declamaram, ou terão cantado?, poesia de rua, um tipo de intervenção urbana de artistas das comunidades minoritárias.
Entretanto continuo a minha saga de degustação de Nenhum Olhar de José Luís Peixoto e Austerlitz de WG Sebald. É portanto muita cultura, muita erudição. Puxo então dos galões, para entrar num estado nem profano nem sagrado. Os dados estão lançados. Os dedos vão cruzar-se suados. As unhas roídas. Vão sair impropérios e palavrões. Haja champanhe e cante-se desafinadamente:
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