Brincadeirinha, que isto de ser patrão não está para greves... Mostra-se então uma piadinha, para não se dizer que deixei o blog ao abandono.
Torna-se cada vez mais difícil arranjar assunto para escrever. Porque depois de algum tempo fora, corro o risco de me aculturar e ser menos sensível às idiossincrasias americanas. Porque posts como o anterior, embora se escrevam numa fracção de tempo aceitável, demoram tempo a levedar(*). Porque tenho medo de, às vezes, na tentativa de escrever o que quer seja, vender gato por lebre. Porque dá-me gozo reler algumas coisas que escrevi, mas sinto-me desconfortável com a falta de qualidade de outras. Porque nem tudo é passível de ser vertido num espaço que, embora vagamente confessional, enquanto protegido pela distância e pelo ecrã do computador, não deixa de ser público.
(*) Pela necessidade de registo mental prévio dos diferentes pormenores e por ter que decidir o tom que quero emprestar ao tema. O que escrevi ontem estava já prometido há semanas. Estava cá dentro desde a primeira vez que apanhei uma tarde de sol e almocei no parque mesmo à frente do hospital. Sentado num banco, senti algo opressivo e triste naquele jardim, parente pobre de todos os outros. Decidi logo que teria que escrever alguma vez sobre isso. Ficou como um dos temas que guardo na gaveta, para quando tenho mais disponibilidade para escrever e não tenho nada de mais actual para contar. Por outro lado, o deixar passar dias, permiti-me acrescentar detalhes. Nunca mais passeei pelo parque, cruzei o hall de entrada do hospital ou cedi a passagem no elevador, sem que fosse atento às situações para completar o que quis transmitir. Quanto mais não seja, o blog treina-me a ser repórter do meu próprio quotidiano, uma reminiscência vagamente socrática do conhece-te a ti mesmo!
quinta-feira, maio 31, 2007
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4 comentários:
Percebo a ideia e aplaudo a auto-crítica, mas o Rui Cunha ainda sofre o "Síndrome do Interno"...
Sempre que algum dos velhos "marretas", mete a colherada, ele treme um pouco...
TU ÉS ESPECIALISTA MEU!
DA BOA ESTIRPE NÃO DO GÉNERO ESTIVADOR DA AREOSA!
CAGA NO QUE ESSES INSANO-GERONTES ARROTAM...
I hurt myself today
to see if I still feel
I focus on the pain
the only thing that's real
the needle tears a hole
the old familiar sting
try to kill it all away
but I remember everything
what have I become?
my sweetest friend
everyone I know
goes away in the end
and you could have it all
my empire of dirt
I will let you down
I will make you hurt
I wear this crown of thorns
upon my liar's chair
full of broken thoughts
I cannot repair
beneath the stains of time
the feelings disappear
you are someone else
I am still right here
what have I become?
my sweetest friend
everyone I know
goes away in the end
and you could have it all
my empire of dirt
I will let you down
I will make you hurt
if I could start again
a million miles away
I would keep myself
I would find a way
"Hurt" Johnny Cash
P.S
Algumas letras como a de "I See a darkness" apresentam algumas confusões e idiossincrasias devido às múltiplas versões que originam, mas o espírito está lá...
O objectivo inicial deste post gira todo 'a volta da ultima frase. Fiz bluff. Ou uma brincadeira. Ao escrever que nao podia contar sempre tudo, que fica algo por contar, estava 'a espera daqueles comentários verrinosos ou enviesados, tipo "eu nao vos disse, ele anda com os sonos trocados, e' porque anda a fazer das suas, so' falta saber com quem". Tudo o resto foi para "encher pneus". Para tentar tornar verosimil. Tentei divertir/me com esses comentarios, mas falhei... Fui recebido com uma seca indiferenca. Beijos e Abracos
Não penses que é fácil descobrir essas frases assassinas.
É como uma história clínica, está cheia de ratoeiras e equivocos.
Não vais querer, decerto, que nos ponhamos aqui a fazer de Dr. House. Até ao diagnóstico final, muita água turva passaria debaixo das pontes...
A malta segue-te com atenção, mas...
Há aqui muito vampirismo e "voyerismo" à mistura e porque não dizer, algum narcisismo, barra egocentrismo...
Mas a malta segue-te com atenção...
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