sábado, maio 12, 2007

Prémio Silêncios Numa Grande Cidade

Não há silêncio em Nova Iorque. Até podem existir silêncios mas não silêncio. Permanece um clamor permanente, denso, uma tensão, um bruaá, sons dispersos, carros, maquinaria pesada, passos, correrias, sirenes, muitas sirenes, construções, gemidos, gritos, timbres profundos, cavos, roucos, estridências múltiplas, música, desafinações, ruído, buzinas.

Mesmo nestas noites de quase Verão, em que uma película de suor se cola à pele, o corpo cansado clama por uma cerveja e as janelas abrem-se à cidade, suspirando por uma aragem impassível que se arrasta, trazendo apenas um turbilhão de reverberações através do ar estagnado, lembrando o resfolegar tenso de uma cidade inquieta, viva, que tenta aconchegar os milhões de almas solitárias.

6 comentários:

Anónimo disse...

O melhor texto que escreveste até hoje!

(*****)

Anónimo disse...

Pele cansada?
Milhões de almas solitaris?
ÉS capaz de melhor.Não te deixes ofuscar pela lisonja .

Anónimo disse...

VIVA O LEIXÕES!

Anónimo disse...

Mais um (Rimbaud) que não lê os posts...
Pele cansada?
Onde leste isso meu?
Aposto: Esporão ou Borba...

Anónimo disse...

Acho que o blog tem que encerrar no período pós-prandial imediato...
...Ou então tem que se fazer um teste do balão antes de entrar...

Anónimo disse...

É uma das muitas limitações dos Radiologistas.
Como se confrontam diáriamente com centenas de relatórios escritos, milhares e milhares de palavras, o seu processo de leitura é o chamado "método do Canguru", ou seja os olhos dão saltos calculados para as palavras que supostamente têm a chave de todo o sentido do texto...
Há quem chame a este processo, "ler na diagonal", mas atendendo ao que vai circulando nos processos clínicos, eu diria que é mais um" jogging" sonâmbulo num campo de minas.
O Woody Allen era bem capaz de fazer um filme engraçado sobre tudo isto...