terça-feira, maio 01, 2007

Em Junho do ano passado escrevia:
"Os Cunhas séniores preparam-se para descolar. Durante quase três semanas vão aterrar numa cidade de clima esquizofrénico, pululada de gente muitas vezes estranha, com uma oferta cultural extraordinária, com mais subidas e descidas por km quadrado que qualquer outra cidade que conheceram, com imensos cafés para descansar das passeatas e observar os autóctones (será que há mesmo locais ou em Frisco somos todos locais?). Vão poder espantar-se com as vistas da baía e da Golden Gate, andar de eléctrico, passear de bicicleta pelos parques... e, regra geral, deambular de uma forma completamente tranquila numa cidade que em termos de segurança não oferece qualquer risco.
Sejam bem-vindos... Cá os esperamos. Os brasileiros do grupo já suspiram pelo prometido bacalhau... Os portugueses pelo vinho lusitano.
"

Pois bem, estão cá outra vez. Saudosos como sempre. Novamente bem-vindos.

Provavelmente não vão criar o mesmo vínculo que estabeleceram com São Francisco, com a sua familiaridade, ambiente de bairro e com a generosidade dos amigos que fiz (emos) por aquelas bandas.

A passagem por estas margens vai ser mais efémera. Não menos viciante. Talvez esta cidade se queira assim mesmo. Como um risco de cometa. O fogacho de uma acendalha. A urgência dum parto. Pela sua intensidade. Pela sua violência. Pela sua dimensão. Pela mistura espantosa de excessos. De carnes, raças, credos, cheiros, cores, ruídos, sons, esperanças, desilusões, cansaços, expectativas. Por isso, insisto, se queira assim mesmo, consumida com moderação, sorvida em curtos tragos antes que nos consuma ela própria...

Aqui vão ser atropelados por muita outra coisa. Pela exuberância da diversidade, seja de gentes, de peles, de aromas e fedores... Pela grandiosidade e hospitalidade do Central Park. Pelo Lincoln Center. Pelos museus a outra escala. Pela agitação e rodopio febril dos fins de tarde. Pelas as vendas de rua, os táxis, as buzinas constantes, o ruído, a estridência injustificada e histérica das sirenes. Pela luminosidade pornográfica de Times Square. Pela sofisticação do Upper East Side e Soho. Pelo ambiente familiar de Chelsea e Greenwich Village. Pelo lixo e dejectos de milhões. Pela jactância da 5a avenida e edifícios Trump. Pelos empurrões e congestionamentos nas vias pedonais. Pela agressividade do consumo, da oferta, da publicidade. Pela exaltação do mais forte. Pela luta pela sobrevivência. Pela a imponência do betão, do ferro forjado, dos grandes volumes em pequenos espaços. Pela delicadeza do Chrysler. Pela impetuosidade sôfrega das milhares árvores e plantas que decidiram florescer em conjunto...







2 comentários:

Anónimo disse...

Até que enfim!
O Rui "mostrou" a Joana!!!
Está com excelente aspecto, muito melhor que o Rui...
(O Boavista explica tudo?)
Beijinhos
(Via Londres)

Anónimo disse...

A Joana está muito bonita.