domingo, maio 20, 2007

Ao intervalo, jogando contra os nossos temores e inseguranças, a bola atrapalhava e as camisolas eram demasiado pesadas. Eu suspirava determinado que, se perdêssemos, não poderia tirar nunca o hino do FCP. Lá o íamos ter que gramar repetidamente durante uns tempos. Lembrava-me então de uma antiga professora que tinha um cartaz dos Dragões pendurado no seu pequeno gabinete do hospital. Mas o cartaz variava consoante os humores do fim de semana. Era um cartaz pequeno quando ganhava. E um outro de dimensões generosas, orgulhoso e desafiador, desenquadrado com o resto, nos dias cinzentos das derrotas.
Ainda bem que ganhámos. Por isso, toca a arrumar os cachecóis, engomar as bandeiras, guardar as "A Bola" e os "Record" de amanhã e sentar deliciados a beber um Porto de honra. Juntem-se à festa.

Futurologia do Pobo do Norte:
Na TV, um acabrunhado jornalista dará conta que "o Futebol Clube do Porto" venceu o Clube Desportivo das Aves no Estádio do Dragão, conquistando o seu 22º título" - e mais não diz. Mostrará umas imagens de uma peixeira aos berros, um tipo desdentado com ar de bêbado agarrado a uma bandeira do FCP, o emplastro a dizer que o PC é o seu pai e uma panorâmica geral das comemorações - Portugal ficará então a saber que que o Porto só tem adeptos desdentados, bêbados e peixeiras. Enfim, são os parolos do Norte.

1 comentário:

Anónimo disse...

Tens razão: também tem aqueles que cantam aquela música popular "slb, slb"...