segunda-feira, abril 16, 2007

Um dos especialistas com quem tive a semana passada é sui generis quanto baste. Pragueja. Disparata. Gesticula. Fala com voz grossa. Fina. Tipo desenho animado. Imita séries de televisão. Imita o Fernando Pereira. Bate no computador. Dá murros na mesa. Arrota amplicado em stereo. Imita outros sons escatolo'gicos.



Faz lembrar os personagens do Robin Williams quando tinha aquele tique de imitações em série. Como no Good Morning Vietnam. Tem um trauma daqueles grandes com pés ou sapatos. Ou com sujarem-lhe as calças. Da primeira vez que me viu, avisou logo para não cruzar as pernas, para não correr o risco de sujar-lhe as calças. Das vezes seguintes, sempre que alguém no espaço de dois metros levante o sapato mais do que uma polegada ou se aproxime dele na distância de “segurança” dum metro, ele ergue logo o sobrolho e rosna imediatamente entre dentes. Mas tem três grandes vantagens. Olha para os casos atentamente. Nem é rápido nem maçadoramente lento. E é maníaco. É excelente ver os exames relatados por ele. Porque na maioria das vezes, ao descrever os achados, acrescenta exaustivamente as referências para a patologia descrita. Série por série. Imagem por imagem. É daqueles casos, em que a obsessão compulsão ajuda bastante... Pelos menos os outros. Pelo menos a mim.

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