sábado, março 31, 2007

Esta semana parodiei um pouco a desorganização do serviço. Não se confunda isso com falta de qualidade. Que é altíssima. Tem vários especialistas que são do top em diferentes áreas. E estão sobretudo rotinados para ensinar os mais novos. A título de exemplo, tive um dos attendees a "perder" mais de uma hora com um dos residentes. A dissecar toda a anatomia dum tornozelo. Lateral. Medial. Compartimento anterior. Posterior. Seio do tarso. Ligamentos. Pontos a reter. Formas de sistematizar a observação. Formas de relatar. Que sequências são importantes para que estrutura anatómica. Que sequências são importantes para documentar patologia.

A minha surpresa é que não tem a organização "escandinava" de São Francisco. São mais à nossa imagem. Têm mais problemas informáticos. Os computadores também sabem o que é bloquear. O sistema de teaching files deles é anacrónico (e penoso para mim que estou agora ligado a ele). O reconhecimento de voz deixa-os à beira de um ataque de nervos (mas quem passa as torturas da qualidade de alguns relatórios transcritos em Portugal...). O sistema de videoconferência por vezes não arranca, deixando conferências penduradas...

É também comum ver o gozo que relatar lhes dá. O vigor com que "atacam" um caso mais difícil. Como o discutem nas terríveis reunião de serviço das 7 da manhã, como telefonam uns aos outros para tirar dúvidas, para mostrar uma imagem. Como "googlam" uma dúvida. Fazem portanto parte de um hospital universitário por excelência. E de excelência.

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