segunda-feira, outubro 09, 2006


Um trabalho gráfico dos outros aliens de São Francisco, a partir de uma fotografia tirada no Kauai. Serve de epílogo, posfácio ou conclusão. Já estou cá do outro lado. Até sempre...

3 comentários:

Anónimo disse...

"Sempre pensei como seria bom viver com os meus amigos todos a meu lado, tê-los sempre presentes e disponíveis. É certamente o desejo de qualquer criança (pelo menos criança, presumo), principalmente quando começa a fazer amigos de verdade, depois de passar a fase de jogar a apanhada, ao piolho ou ao futebol sem bola (ou quantos jogos já não haverá hoje!). É um pensamento até por vezes acompanhado de um desejo de poder viver com todos eles numa casa, talvez então num período já de estudante universitário a contar as garrafas de cerveja ou de vinho em cima da mesa.

Mas depois percebi que eu também quereria viver noutros sítios onde não haveria amigos à minha espera, e como tal os teria de fazer de novo, e ao mesmo tempo deixar os outros guardados algures onde os pudesse sentir amiude, mas não tocar assim tantas vezes. Pensei então nessa altura que nunca teria casa suficiente para tantos amigos que por aí fiz. E percebi também que talvez preferisse que cada um tivesse a sua casa, talvez por uma questão de espaço. Depois também cresceu a ideia de estar a fazer amigos cada vez menos vezes, como se o espectro de amizade se fechasse dentro de mim, ou como se me diminuíssem as forças para guardar mais um amigo neste espaço de sentir. E acho que tinha razão. As forças diminuem, ou se quiserem, a disponibilidade.

Mas ao mesmo tempo que também alguns amigos iam deixando a minha casa, outros, menos, chegavam. Para, por assim dizer, reformar o meu espaço colectivo, o meu pequeno mundo de amizade.

E por vezes aí há umas quantas surpresas!
Quem me diria a mim que iria conhecer um tipo do meu instituto (ICBAS) que por certo se cruzou comigo variadas vezes sem se quer me ter dado (a mim e a ele, por certo) a curiosidade de saber de onde vinha e porque estaria ali naquele sítio naquele momento? Nunca lhe terei perguntado por certo onde esteve no 25 de Abril, nem onde estaria no 25 de Abril de 2006. Por certo que se porventura tivesse perguntado tão estranha pergunta, o Rui não me teria respondido: vou estar bem longe daqui, e tu também.

Mas a verdade é que estivemos bem longe.

Ele já voltou ao perto. Eu ainda pelo longe hei-de andar. Mas já o tenho aqui comigo. E sei que falo por mais uns quantos.

Cá ficou um pouco dele. Para que os outros saibam, o Rui já não está todo no Porto.

Anónimo disse...

S Francisco de facto torna as pessoas muito sensiveis.

Rui Cunha disse...

Um comentário que terminou da melhor forma o meu blog. Que agradeço naturalmente. Ainda para mais vindo de alguém que aprendi a admirar pelo humor desconcertante, pela disponibilidade e também pelo facto de ser o epicentro e motor de arranque daquele grupo de gente fantástica que conheci em São Francisco. Foi alguém que tive mais dificuldade em estabelecer a ponte, pela sua noção de independência e necessidade de manter o espaço pessoal.
Obrigado Alex.