sábado, setembro 09, 2006

Terça foi cinema no Castro. É umas das salas mais bonitas da cidade, como podem atestar facilmente as fotografias. Pela sua cor branca, debruado das paredes, o colorido dos seus néons. O interior é também ele muito bonito, trabalhado, pouco habitual na tradição espartana e pragmática que predomina nestes lados do Atlântico (ou Pacífico, melhor dizendo).

Fomos assistir a um dos primeiros filmes do Almodóvar. Enquandro no ciclo Viva o Pedro. Mulheres à Beira de Um Ataque de Nervos. Um filme muito longe da densidade dos últimos, em que, como poucos, Almodóvar consegue falar da pedofilia, o amor gay, a violação de alguém em coma, como algo denso, sem maniqueísmos do mundo a preto e branco, conseguindo encontrar-se algo de profundo, por vezes tragicamente belo, desconcertante em temas unanimamente difíceis e constrangedores!

Este outro filme não tem nada a ver com isso. É uma comédia. Despretensiosa. Leve. Ligeira. Tipo pastilha elástica. Que Sabe bem enquanto dura. Mas gostei muito. Foram 90 minutos de bom disposição, de risos, sorrisos ou mesmo gargalhadas, com temas banais, do dia a dia, por encontros e desencontros burlescos. Estava com saudades do amor latino. Dos nossos tiques, defeitos e idiossincrasias.

Na próxima semana já não me lembrarei do filme. Mas gostei.

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