terça-feira, maio 09, 2006

Hoje decidi estudar. Depois de sair do hospital e de tentar conversar no Skype. Apanhei o autocarro que não queria. Para a rua que queria. Chestnut Street. Procurava o Café Grove, original e antecessor do homónimo na Fillmore. Saí do autocarro e andei durante mais de 60 minutos. Subi colinas. Desci ruelas. Avancei escadas. Cheguei ao beco sem saída. A rua continuava 50 metros abaixo. Contornei obstáculos. Atravessei quarteirões...e cheguei ao embarcadero, isto é à água, ao porto, ao fim. O café que queria estava no sentido errado. Um quarteirão atrás do meu ponto de partida.

Com fome, fui obrigado a mudar de planos. Dirigi-me a sul e depois a oeste. Em direção ao café Prague. Um dos mais bonitos do burgo. Com uma óptima iluminação, a suficiente para se adivinharem as sombras. Boa música. Paredes de tijolo pintado de vermelho de um lado e amarelo do outro. Pinturas, quadros, um mural enorme, espelhos, postais, mapas, de Praga. Boa música. Tudo isto para mim e eu mesmo. Ah... vá lá... estava um casal do outro lado da sala... Que desperdício. Tive direito a prato principal e a sobremesa. Uma refeição de 23 dólares para degustar sozinho... Salve-se um brinde! Brindemos... À Vossa.

Mas este local é de tal forma mágico que quando entrarem 4 americanos para visitar o café e começaram naturalmente a falar inglês, pensei espontaneamente e reagi irritado, só me faltavam agora quatro turistas americanos!!!!... O portuguesito a estranhar os nativos!!

Terminei com a gorjeta menor possível. Com recibo. Dirigi-me a Borders. Adormeci ao fim da primeira página. Dormitei meia hora. Fui para o metro. Estava em manutenção. Vim à superfície. Passavam das 11. Apanhei um autocarro. Apinhado de gente. Com alguns esquizofrénicos. Outros freaks. Outros simplesmente tolos. Ou exibicionistas. De pé.
Dois maricas enroscavam-se. De mãos dadas. O maior deles muito ternurento. O mais pequeno persistentemente a olhar para mim. Disparatado. Muito bem. Saí. Adivinhem quem saiu na mesma paragem?. Dirigi-me para o elevador (é o elevador que desce do hospital para a minha rua). Lá vinham eles de mãos dadas. Entraram comigo naquele cubículo e saíram num piso intermédio, que funciona de parque de estacionamento. Não sem antes, o mais pequeno olhar para trás.

Já tinha idade para ter juízo. Escrevo agora este post. É uma da manhã. Adivinhem quanto estudei...

3 comentários:

Anónimo disse...

Cuidado meu caro Dr., pelas terras do tio Chico os maricas são atrevidos... Se o seu sorriso e charme não são indiferente ao sexo feminino, o sexo masculino também gosta de admirar uma obra prima...
Júlio Machado Vaz foi ameaçado de morte por chamar família a um casal homossexuais, e no entanto aconteceu... (palavras dele)que avançado este homem está...
Com o devido respeito o povo diz:" de médico e de loucos todos temos um pouco"
Um abraço
R.A.

Anónimo disse...

A verdade è que,olhado pelo prisma do homossexual , o heterossexual é uma aberracão.( Ainda reprodutivo ,pô,numa era de superpopulacão!)

Anónimo disse...

idealismo
desconfio sempre de todo idealista que lucra com seu ideal!
mf